Durante muito tempo, minha única visão de sucesso era a que eu via no mundo externo. Foi esse caminho que percorri — e precisei quase me perder dentro dele para finalmente encontrar o meu.
Raízes e Escolhas
Cresci numa família com poucos recursos financeiros, mas onde sempre enxerguei abundância de afeto, valores e superação. Entendi cedo que a educação seria minha ferramenta para criar uma realidade diferente, trabalhando desde os 14 anos para ajudar nas despesas de casa eu tinha consciência que eu precisava ter uma profissão. Jornalismo e psicologia me geravam grande desejo, mas consegui investir em Gestão de Recursos Humanos — era o que o orçamento de auxiliar de escritório na época me permitia.
O Brilho (e o Peso) do Crachá
Em poucos meses de faculdade, conquistei um estágio em Desenvolvimento Humano numa multinacional japonesa, fui efetivada e depois passei por outras experiências, inclusive em cargos de liderança. Era meu território: treinamento, desenvolvimento, gente. E assim foi por quase 10 anos, meu crachá e meu cargo me definiram.
Um Portal no Vale Sagrado
Em 2014, uma viagem ao Peru com meu marido e companheiro de jornada, mudou tudo. Na véspera de conhecer Machu Picchu, uma colega querida faleceu tragicamente aos 23 anos num acidente de carro. No trem pelo Vale Sagrado, meu corpo estava ali, mas minha consciência viajava para outra dimensão, com uma pergunta que ecoava: O que eu estou fazendo com a minha vida?
A emoção em Machu Picchu foi indescritível. Um verdadeiro portal, algo se alinhava dentro de mim
Quando o Corpo Grita
Meses depois, a rotina havia voltado ao normal, mas minha alma não. Aos 27 anos, fui dormir com enxaqueca e pela manhã descobri que tive uma grave crise de ansiedade enquanto dormia, que resultou em uma paralisia facial temporária. O diagnóstico foi assustador: eu poderia ter tido um AVC.
Foi o sinal que eu não podia mais ignorar, passei por diversas consultas e não encontrava o motivo daquilo estar acontecendo comigo, afinal, eu estava muito bem no meu relacionamento e com o cargo que sonhava, até que…
Ao voltar para a empresa, levantei meu crachá do peito em direção ao relógio de ponto e senti meu coração batendo na garganta, naquele momento eu descobri o que era uma crise de ansiedade, minha mente me levou direto para a janela daquele trem e a pergunta que me fiz lá veio com uma resposta clara: Seu lugar não é mais aqui. Seu tempo é raro, vai viver o que te faz brilhar. Chorei no banheiro da empresa de medo e depois de gratidão, com uma convicção de que havia um propósito maior pra tudo aquilo.
Pedi demissão.
A Reinvenção pelo Empreendedorismo
Mergulhei fundo em terapias e formações integrativas, buscando me reencontrar enquanto empreendia…
Não te contei antes, mas assim que eu voltei das férias decidi criar um projeto paralelo, workholic que era, estava me sentindo ociosa depois que conclui minha primeira pós, então criei a Livre no Mundo enquanto estava no corporativo e antes da crise de ansiedade e demissão, eu já havia feito umas 10 vendas pelo site, depois de 2 anos também fui co-criadora do Jardim Urbano, um espaço colaborativo, projetos que cresceram e me ensinaram a unir comunidade e propósito.
Os convites para falar sobre minha transição e minha forma de comunicar me levaram de volta à sala de treinamento. Entre 2018 e 2020, mais de 300 mulheres passaram pelos meus grupos e workshops. Ver o brilho nos olhos delas reacendeu minha paixão: o que me movia era ver mulheres reencontrando sua voz e prosperando com sabedoria e coragem .
O Nascimento do Método DRAF®
Durante a pandemia, foquei no digital com o curso “Desmistificando o Instagram”. Mas logo vi que os desafios mais profundos de minhas alunas não estavam no feed. Eram a síndrome da impostora, o medo do julgamento e até o receio do próprio sucesso.
Foi ali que a peça final se encaixou: Antes de qualquer CNPJ existe um CPF.
Por trás de todo negócio feminino bem-sucedido, existe uma mulher com clareza de propósito, poder pessoal e coragem. Assim nasceu o Método DRAF — Das Raízes aos Frutos®.
A Jornada Continua
Em 2023, a chegada da minha filha Maya trouxe a aventura da maternidade, reforçando a importância de honrar meus valores e viver com inteireza. Hoje, meu trabalho é uma extensão de quem sou, sustentado pela minha vivência e por formações que integram ciência, espiritualidade, o sútil e a estratégia.
O que me move? Ver cada vez mais mulheres se realizando enquanto realizam um servir significativo que impacta positivamente na vida delas e no mundo. Despertando suas vozes. Sustentando suas criações. Prosperando com consciência.
Deixo uma reflexão para você, é só acessar aqui.